Serviço Diocesano da Pastoral Social – Açores. [PDF]
O Serviço Diocesano para a Pastoral Social consciente das dificuldades por que passam tantas famílias dilaceradas e sem teto nos territórios em guerra e em vastas regiões devastadas pelas calamidades, pela fome persistente e pela miséria escandalosa, entendeu ser seu dever apelar a todo o Povo de Deus e aos homens e mulheres de boa vontade para “Caminhar juntos com Jesus, entre nós, [o que] significa estar atento a quem vai ao lado, a não deixar caído nem só, a atender os seus gritos, a procurar ser ‘casa para ele“.
Este o apelo lançado por D. Armando Domingues na sua Mensagem Quaresmal que nos cumpre divulgar.
Face aos “aumentos de juros e o agravamento das prestações que ameaçam a insolvência de muitas das nossas famílias e até a eventualidade de terem de entregar as casas ao banco.” (…) “por falta de recursos suficientes para a prestação e para o pão,” o Bispo dos Açores solicita às comunidades eclesiais que “se organizem para escutar a dor de quem passa por dificuldades comprovadas e não consegue pagar a casa e sustentar a família”.
Por isso, o Prelado recomenda que “em cada paróquia se fizesse o levantamento possível sobre as famílias que estão em dificuldade e se desse uma ajuda monetária cada mês. Se cada paróquia o fizesse, por exemplo com 2 ou 3 famílias, por iniciativa de pessoas individuais ou com a partilha comunitária, não se chegaria a todos, mas já eram umas centenas de atingidos”.
As situações de pobreza em que vivem cerca de 1/3 dos açorianos de todas as faixas etárias, devem preocupar todas as comunidades cristãs “para que algo mude à nossa volta”
Daí o Serviço Diocesano da Pastoral Social recomendar a que se proceda a um levantamento das famílias que passam por dificuldades para que, com o empenho dos cristãos, se encontre respostas para satisfação das necessidades básicas e, em conjunto, promovam a sua dignidade e integração social.
“Que bom seria que cada comunidade tratasse dos seus pobres! A fé e o hábito de partilhar aumentariam!” – considera o Bispo de Angra.
Neste tempo quaresmal, em que o compromisso batismal se tem de traduzir no testemunho e na partilha “mais importante do que salientar as dificuldades é empenhar-se na resolução dos problemas”, acrescenta D. Armando.
Essas tarefas, sobretudo nesta fase difícil que atinge largas faixas da população, cabem a todos os que acreditam na mensagem Pascal do Cristo Ressuscitado que deu a própria vida em prol da salvação do homem todo e de todos os homens.
Este é o tempo (kairós) de agir em consonância com o Evangelho, na certeza de que é possível e necessário construir um mundo melhor e mais solidário.