14ª Sessão plenária do Conselho Pastoral Diocesano. 45ª Sessão plenária do Conselho Presbiteral. [PDF]

De dois a cinco de outubro de 2020 reuniu a Assembleia Diocesana conjunta do Conselho Pastoral Diocesano e do Conselho Presbiteral, no Centro Pastoral Pio XII em Ponta Delgada, sob a presidência do Bispo Diocesano, D. João Lavrador que invocou o Espirito Santo, tendo referido no discurso de abertura que “a nova cultura e a nova civilização estão a reclamar a proposta do Evangelho, que exige um rosto sinodal das nossas comunidades cristãs”.

Estiveram em reflexão três temas, que após a síntese das propostas dos diversos grupos da Diocese, mereceram um aprofundamento e debate na Assembleia:

– A Igreja e os rumos da cultura hoje;

– Situação social e económica dos Açores e

– Identidade religiosa e eclesial no nosso meio.

No primeiro tema destacou-se: a Igreja vê-se confrontada com a cultura atual, onde predomina o absoluto da ciência e onde Deus está ausente. Há uma pretensão de que as novas tecnologias respondam ao sentido da vida humana, prescindindo do religioso. No entanto, a Igreja também é produtora de cultura e o apelo aponta para o regresso à fidelidade ao Evangelho (Reino de Deus) para que a criatividade das novas gerações possa dispor do fermento para operar a transformação de um mundo já antigo.

No segundo tema destacou-se:  A Igreja deve cooperar na sinalização, identificação e até denúncia, das situações de carência e exclusão. Cooperando com as entidades públicas e privadas, a comunidade paroquial/Igreja deve acolher em permanência numa pastoral de proximidade. Para combater a pobreza, a educação e o emprego foram identificados como eixos de intervenção fundamentais, onde também a Igreja pode cooperar através do incremento do voluntariado e da criação de emprego, nomeadamente através do Terceiro Sector. A Pastoral Social deve ser menos assistencialista e mais capacitadora dos que beneficiam do apoio.

No terceiro tema, destacou-se: A Igreja é entendida como Povo de Deus, está ao serviço do Reino de Deus e não é uma realidade para si mesma, está vocacionada para a sinodalidade. Para ser Igreja exige-se o envolvimento de todos e deve ser de cariz missionária.

Por último foi apresentado um documento de trabalho que refletia as propostas que emergiram do documento de síntese atrás referido e que reflete a Caminhada Sinodal para uma Igreja Diocesana renovada que responda aos Sinais dos Tempos. Foram apresentados cinco temas, que mereceram uma apreciação da Assembleia.

A Assembleia manifestou-se para que haja o alargamento do tempo necessário para a auscultação da dinâmica na caminhada sinodal, incluindo aos que estão de fora com a maior eficácia possível.

Em ordem a dar continuidade à caminhada sinodal, foi pedido que fossem indicadas as prioridades para a reflexão, do que resultaram as opções pela seguinte ordem: Igreja Evangelizadora; Igreja em permanente Diálogo com o mundo; Igreja Comunitária e participativa em todos os seus membros; Igreja Integradora, com os pobres, que escuta o grito dos que sofrem e Igreja Missionária.

Sentimo-nos animados pelas palavras do Papa Francisco, na Encíclica Fratelli Tutti, promulgada no decorrer desta Assembleia, que diz “quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si (1)…… como é importante sonhar juntos, sonhemos com uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé e das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos (8)”.

 

Ponta Delgada, 5 de outubro de 2020